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Nome: Joe Biden. Missão: Unir a América

Atualizado: 20 de jan. de 2021

Inicialmente descartado, agora favorito. Joe Biden tornou-se ontem no 46º Presidente dos Estados Unidos. O mandato só começa em janeiro, mas adivinham-se mudanças para os EUA sob a mão do presidente que “prefere construir pontes a cavar trincheiras”.

Ana Isabel Ribeiro (texto)


Fotografia: REUTERS/ Kevin Lamarque


Prestes a terminar a sua carreira política, o seu país oferece-lhe um último desafio: derrotar Donald Trump e tornar-se no próximo Presidente dos Estados Unidos da América.


Um duelo complicado que não está à altura de todos. A experiência que o democrata moderado acumulou desde que tomou posse como senador num hospital de Delawere, onde estavam internados dois dos seus filhos, gravemente feridos num acidente automóvel que matou a mulher a filha de 13 meses, com apenas 29 anos revelou a sua capacidade notável de superar tragédias (capacidade necessária atualmente, já que os EUA são o país com maior número de mortos por coronavírus).


Num tempo onde a América está cada vez mais dividida, a postura e o programa de campanha, em tudo contraditório ao do seu adversário, revelaram-se alavancas decisivas para garantir que os EUA voltassem a ser democratas.


Saúde, justiça social, discriminação racial e ambiente são alguns dos temas essenciais para o novo Presidente, cujo maior desafio é mesmo unir a América.


Combate à pandemia


É ainda precoce anunciar as medias de Biden, que só chegarão à Casa Branca em janeiro. No entanto, a julgar pelo seu comportamento durante toda a campanha, usar máscara está em primeiro lugar.


Ainda sem vacina, numa pandemia, neste momento, sem fim à vista Biden prometeu algumas linhas de ação. “Vai ser preciso muito trabalho árduo para pôr fim a esta pandemia. Trataremos os americanos com honestidade e nunca, nunca, desistiremos”, afirma.


Acesso à Saúde (sem Bidencare)


Contrariamente a vários países da Europa, o sistema nacional de saúde dos Estados Unidos não é público, uma questão fundamental para o ex-presidente Barack Obama à qual foi atribuída prioridade através da criação do Obamacare, em 2010, que garantia que todos os norte americanos tinham seguro de saúde gratuito. acesso gratuito a todos os serviços de saúde.


Confiante que o Obamacare vai deixar de existir, devido à nomeação de Amy Coney Barrett (por parte de Trump) para Juíza do Supremo Tribunal, Biden promete revigorá-lo.


A sua proposta implica um financiamento de 775 mil milhões em 10 anos (mais de 653 mil milhões de euros) que serão financiados pelo aumento de impostos a quem dispõe de maiores rendimentos.


Para além disto, o novo Presidente defende a compra de medicamentos a outros países, tendo em vista a redução dos custos e a ampliação do “Medicare” e “Medicaid”, programas governamentais que funcionam como seguros de saúde.


Black Lives Matter, assim como o aborto e o fim dos pistoleiros


Aborto e discriminação racial são dois dos temas comuns nos Estados Unidos, especialmente depois de meses de violência e confrontos contra a morte de George Floyd às mãos das forças policiais.


Em relação ao aborto, como cristão assumido, Joe Biden é, tal como o ex-presidente Donald Trump, assumidamente contra, mas defende que o Estado não deve intervir e impor a sua ideologia sobre todos, num assunto que é pessoal.


Do outro lado da moeda, tendo a seu lado a primeira vice-presidente negra Kamala Harris, Biden assegura que as questões raciais estão presentes e serão discutidas durante o seu mandato.


Em relação à violência policial, Biden estabeleceu um orçamento de 300 milhões de dólares (253 milhões de euros) para a contratação de policias que tragam diversificação aos sistemas e pretende a estabelecer um conjunto de requisitos mais apertado para a compra de armas, entre os quais figuram a avaliação do perfil e histórico de potenciais compradores.


Para além disto, a justiça norte americana pode ainda contar com o apoio do presidente contra a pena de morte, o fim do pagamento das fianças e as penas mínimas obrigatórias.

Acordo de Paris? Oui, bien sûr!


Foi um dos temas mais discutidos por todos, incluído pelos dois candidatos durante toda a campanha eleitoral.


Depois de terem abandonado o Acordo de Paris com a administração Trump, Biden afirma que não só o país vai estar na linha da frente no combate às alterações climáticas e ao aquecimento global, como 77 dias depois, vai regressar ao Acordo de Paris.



Com o objetivo de atingir quase 100% de energias renováveis até 2050, Joe Biden pretende investir 2 mil milhões de dólares (1,6 milhões de euros) numa rede de transportes públicos desprovidos de gases poluentes, fabricar carros não poluentes, construir 500 mil novas estações de carregamento de carros elétricos, criar novos empregos nos setores das energias renováveis e investir em habitações sustentáveis.


Para além disto, o Green New Deal quer abandonar o setor do carvão até 2035 e transpor os trabalhadores deste e dos setores do petróleo e gás natural para a área dos renováveis.

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