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Joe Biden, o 46º presidente dos EUA

Atualizado: 21 de jan. de 2021

Joe Biden garantiu a vitória na Pensilvânia, segundo as projeções dos principais canais de televisão americanos. O democrata já ultrapassou o número mágico dos 270 votos no colégio eleitoral.

Rui Vieira Cunha (texto) e Ricardo Jesus Silva (texto e infografia)


Fotografia: Gage Skidmore


Quatro dias depois, os Estados Unidos da América ficam a conhecer o nome do vencedor das eleições e da Vice-Presidente do país: Joe Biden e Kamala Haris, respetivamente.


A eleição do candidato democrata foi anunciada após várias estações e agências de notícias, como a CNN, CBS e a ABC, terem projetado a vitória de Biden no Estado da Pensilvânia, onde Donald Trump, nos primeiros resultados pós-eleição, liderava com alguma vantagem. Os votos por correspondência foram fulcrais para virar este Estado "azul", tal como se previa antes das eleições começaram.


Passa o rato pelo mapa para veres mais detalhes sobre as eleições em cada estado.

Última atualização: 15 de dezembro, 18:00 GMT


Entretanto, a Associated Press também projetou a vitória do democrata no Nevada, elevando, assim, o número de votos no Colégio Eleitoral para 290 - para ser Presidente é apenas necessário atingir os 270 votos.


Em aberto, estão ainda os Estados de Georgia - onde Joe Biden lidera por apenas 2 décimas, o que permite uma recontagem de votos -, Carolina do Norte e Alasca. Nestes últimos dois, a vitória de Trump é quase certa, mas não chega para salvar a candidatura do republicano.


Com mais de 145 milhões de votos apurados, esta já é a eleição com mais votos de sempre na história dos EUA, e a maior afluência às urnas de eleitores recenseados em 100 anos. Para além de uma vitória para Biden (que agora é o Presidente mais votado de sempre pela população americana), é uma vitória para a democracia.


É hora de sarar os EUA


As primeiras declarações de Biden foram feitas através do Twitter. O Democrata mostra-se “honrado e emocionado” pela confiança do povo americano e refere a necessidade de união do país “perante obstáculos sem precedentes". "Um número recorde de americanos votou, provando novamente que a democracia bate profundamente no coração da América. Com o fim da campanha, é altura de deixar para trás a hostilidade e a retórica agressiva e juntarmo-nos como nação. É tempo de unir a América. E de a reparar. Nós somos os Estados Unidos da América. E não há nada que não possamos fazer, se o fizermos juntos", afirmou o futuro Presidente.


Já Kamala Harris faz história nos EUA, ao tornar-se, não só na primeira mulher negra e primeira pessoa de origem indiana a ocupar a Vice-presidência, bem como a primeiro mulher, no geral, a ocupar o segundo maior cargo do país. Mas para Harris esta vitória é muito maior do que ela e Biden - “diz respeito à alma americana e à vontade dos americanos em lutar por ela”. No entanto, ressalva que há “muito trabalho pela frente”.

Umas horas depois, no discurso de vitória do candidato, Joe Biden voltou a repetir que quer unir o país - "Comprometo-me a ser o Presidente, não que dividirá, mas que unirá" - e afirma mesmo que é altura de "parar de tratar os nossos oponentes como inimigos. Esta é a altura de curar e sarar a américa". Contudo, Biden não referiu explicitamente o nome de Trump.


O Democrata enumerou ainda alguns aspetos que considera essencias para defenir o seu mandato: "marchar ao lado das forças da decência, da ciência, da garantia dos cuidados de saúde" - uma referência à luta contra a pandemia de COVID-19 que já matou mais de 230 mil pessoas nos EUA - e a "erradicação do racismo sistémico do país". No entanto, ressalva que vai governar para os que votaram e para os que não votaram nele.


O novo presidente congratulou-se com a eleição de Kamala Harris, referindo que "agora têm uma de vós na Casa Branca. Tenho a honra de ter comigo a vice-Presidente Kamala Harris. Não digam que isto não era possível nos EUA. Há muito que isto era devido. Muitos lutaram durante anos para que isto acontecesse."


A futura Vice-Presidente fez um discurso onde citou John Lewis, antigo senador Afro-americano, para abordar a importância de "defender a democracia". Kamala referiu ainda que os americanos optaram pela "decência, a unidade, a ciência e a verdade"


As reações à vitória


As primeiras reações à vitória de Joe Biden não tardaram à aparecer, tanto a nível nacional, como internacional.


Uma das mensagens mais esperadas era a de Barack Obama. O ex-Presidente dos EUA, a quem Joe Biden serviu como Vice, saudou a vitória histórica do companheiro, bem como a de Kamala Harris. Obama afirma que Biden tem "desafios extraordinários" pela frente, mas acredita que o futuro Presidente "tem o que é necessário" para os enfrentar.

Hillary Clinton também fez a sua voz ser ouvida pelo Twitter. A candidata, que perdeu no Colégio Eleitoral para Donald Trump em 2016, não teve problemas em afirmar que esta eleição mostrou um "repúdio a Trump" e acredita que esta é uma "nova página" na história da América.

A nível internacional, é notório o sentimento de alívio e esperança para o reconstruir das alianças que Donald Trump cessou.


Ursula von der Leyen e David Sassoli, presidentes da Comissão Europeia e Parlamento Europeu, respetivamente, congratularam o novo Presidente-eleito dos EUA e afirmam que o mundo precisa de uma relação forte entre os dois, para conseguirem "combater o COVID-19, alterações climáticas e a desigualdade cada vez maior".


Já em Portugal, a mensagem foi a mesma. O primeiro-ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitaram Joe Biden pela vitória e esperam poder trabalhar no reforço das ligações bilaterais entre os países e "na gestão de assunto globais".

A festa encheu as ruas de alegria

Mal se soube o resultado, milhares de Norte-Americanos começaram a sair a rua para comemorar a vitória de Biden e a esperança para um futuro diferente que representa. Nas redes sociais já circulam vídeos sobre os festejos, onde se percebe que a pandemia não roubou a alegria aos apoiantes de Biden.

Trump reafirmou que é o vencedor


Poucos minutos antes do anúncio do vencedor, Donald Trump voltou a afirmar que é o vencedor, e que, na segunda-feira, vai avançar com um processo em tribunal para contestar a contabilização dos votos por correspondência. Prevê-se a recusa de Trump em sair da Casa Branca.


Os advogados do ainda Presidente dos EUA deram uma conferência de imprensa em Filadélfia, onde acusaram os democratas de fraude eleitoral - algo que o candidato republicano tem vindo a repetir ao longo dos últimos meses. Na conferência participaram alguns delegados que, alegadamente, foram afastados da contagem dos votos, com o objetivo de favorecer os democratas. Um dos advogados de Donald Trump chegou mesmo a acusar o Governador de Filadélfia, pertencente ao partido Democrata, de ser um mau político.


Estas ações de Trump podem levar os resultados das eleições para o Supremo Tribunal. A imposição do novo Presidente está marcada para dia 20 de janeiro.


Este artigo foi atualizado com o discurso de Joe Biden e Kamala Harris, bem como com as reações à vitória dos dois candidatos.

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