É mulher, é indígena e fez história na política neozelandesa quando foi nomeada para o cargo de Ministra dos Negócios Estrangeiros. Nanaia Mahuta integra um dos governos mais diversificados do mundo, onde cada vez mais as minorias se elevam a maiorias e a responsável tem um nome: Jacinda Ardern.
Ana Isabel Ribeiro (texto)
Fotografia: EPA
Homens, mulheres, homossexuais e adversários políticos. Todos fazem parte “da asa” da primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinda Ardern, que depois de ter alcançado uma vitória esmagadora de 50% nas eleições legislativas de outubro, permitindo ao Partido Trabalhista a maioria absoluta no Parlamento, voltou a dar provas da mudança política que defende para o país.
Mundialmente conhecida por ser uma das poucas mulheres que exerce um cargo de liderança política em pleno século XXI e, de resto, a mais jovem a alcançar tal cargo, responsável por romper tabus e caracterizada pela liderança progressista, Ardern é atualmente uma das mulheres mais influentes no mundo da política.
Na hora de formar Governo, a primeira-ministra voltou a dar cartas do seu pioneirismo e diversidade, traço congruente com a sua governação desde 2017, e a aplicar o termo “democracia” à verdadeira aceção da palavra.
Pela primeira vez, fazem parte do painel do Executivo uma mulher indígena, três ministros homossexuais, sendo um deles o primeiro-ministro-adjunto Grant Robertson e outras minorias, transformando este num dos governos mais heterogéneos do mundo.
De todos os nomes convocados por Jacinda Ardern, o destaque foi a nomeação de Nanaia Mahuta para Ministra dos Negócios Estrangeiros, que alcança o marco histórico de ser a primeira mulher maori a exercer o cargo, sucedendo, assim, a Winston Peters, também maori.
Figura que não passa despercebida na política neozelandesa, Mahuta já havia rompido outros pré-conceitos enquanto deputada, quando apareceu a usar o moko kauae, uma tatuagem tradicional do povo maori.
“Este é um Governo baseado no mérito, mas também é incrivelmente diversificado e estou orgulhosa disso”, afirmou Ardern após anunciar a composição do Executivo.
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