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Voto antecipado: longas filas nos locais de voto de todo o país

Atualizado: 20 de jan. de 2021

Cerca de 246 mil pessoas inscreveram-se para votar antecipadamente este domingo e, com a obrigatoriedade da distância de segurança, formaram-se extensas filas junto às zonas de voto. A opinião pública levanta duvidas sobre a organização.

Rui Vieira Cunha (texto)


Fotografia: Rodrigo Antunes / LUSA


A pandemia de COVID-19 levou 246.880 cidadãos a pedir o voto antecipado - entre eles, estavam pessoas internadas, presas, em isolamento ou em mobilidade, mas todos podiam votar antes do dia 24 desde que tivessem feito o pedido até dia 14 de Janeiro. A votação antecipada decorreu este domingo, no terceiro dia em que vigora o dever cívico de recolhimento.


Lisboa e Porto são os locais de voto com mais pessoas inscritas, 33.364 e 13.280, respetivamente. Em Lisboa, a votação decorreu na cidade universitária, e a fila tomou conta do relvado em frente à reitoria - segundo as declarações do eleitor Manuel Rodrigues ao PÚBLICO, ia até à zona do Campo Grande.


Um dos primeiros a chegar a esta zona de voto foi o deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, que entrou mesmo à hora de abertura: 8 da manhã. À saída, defendeu a implementação do voto por correspondência ou eletrónico: "isto prova que os portugueses estão abertos a outras formas de votar. E custa-me que, nestas eleições presidenciais, que é o único circulo nacional, não se tenha feito mais esforço para experimentar mais zonas de voto eletrónico, para ter o voto por correspondência devidamente trabalhado”.


No Porto, a votação decorreu no Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal, em duas tendas de grandes dimensões e num pavilhão. Insuficientes para evitar, também lá, a formação de grandes filas.


Em Vila Nova de Gaia, o local de voto foi na Escola Secundária Almeida Garrett e não foi uma exceção no que a filas diz respeito, que o diga Catarina Martins, a líder do Bloco de Esquerda, que esperou uma hora para votar. A deputada revela, contudo, que o fez “com muito gosto", dado estar "numa fila em que as pessoas estavam com distanciamento, com máscaras e com respeito umas com as outras e em que as pessoas que estão a organizar o voto estão incansáveis”.


“Votar é seguro”, conclui.


A existência de tantas filas à porta dos locais de voto está a levantar dúvidas sobre a organização do ato eleitoral e perante este facto, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições disse ao JN que “o Ministério da Administração estava concertado com as câmaras, mas é muito difícil resolver problemas em cima do joelho”. Para o responsável, a melhor solução é formar várias filas para entrar no edifício, mas “cada uma para uma mesa de voto”.


Para além do aumento da adesão ao voto antecipado, estas eleições trazem outras novidades, nomeadamente, o facto de ser o eleitor a levar a caneta de casa e os acessórios da moda: máscara e álcool gel.

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