O CMO da Federação Portuguesa de Futebol, Nuno Moura, foi um dos convidados da Web Summit 2020. Na sessão digital “Pioneiros do Futebol Moderno”, Nuno Moura destacou a importância de ter a educação como aliado do futebol.
Ana Isabel Ribeiro (texto)
Fotografia: SAPO Desporto
Não é comum vermos jovens futebolistas interessados em continuar os estudos. No entanto, o que até há pouco tempo era uma exceção, revela-se agora uma norma. Os clubes têm cada vez mais a preocupação de proporcionar diferentes mecanismos benéficos para o futuro dos atletas.
Questionado sobre o recrutamento no futebol, o CMO da FPF, Nuno Moura não tem dúvidas: é necessário que exista uma aposta eficiente. Para tal, é necessário que se coloquem no quadro do jogo, as táticas para o sucesso. “Somos 10 milhões e se olharmos para os registos de futebol temos mais de 200 mil futebolistas. Não podemos dar-nos ao luxo de perder nenhum. Temos de ser e trabalhar para sermos mais espetros e mais eficientes”, revela.
Portugal tem conquistado “sucesso em todas as variantes”, entre as quais se destacam as conquistas de três Europeus seniores em quatro anos e os triunfos na Liga das Nações e Mundial de Futebol de Praia, ambos em 2019.
Foi precisamente a conquista de uma destas competições, o Europeu de 2014,que serviu como alavanca para que exista um maior investimento no futebol português. “Tem existido um grande investimento no futebol, especialmente o ano de 2015, muito por conta da vitória da Seleção Nacional no Europeu”, adianta.
A criação da Cidade do Futebol, em Oeiras e a aposta em equipamentos tecnológicos que permitem controlar a saúde e melhorar a performance dos atletas, são alguns dos exemplos implementados em Portugal.
Tendo em conta que destes 200 mil, apenas 2% atinge o sucesso e joga a nível profissional, porque “O futebol não é para todos”, Nuno Moura salienta a necessidade de apoiar os restantes e desenvolver ferramentas que os ajudem a seguir outro caminho. “Temos de dar-lhes ferramentas para que eles subam ou outras atividades para fazerem na vida. Têm de continuar a estudar e ter educação”.
A educação é conseguida através das escolas e universidades— instituições que se têm revelado um verdadeiro aliado do futebol. A criação, em 2017, da primeira universidade de futebol, a Portugal Football School, que dinamiza a oferta formativa e projetos de investigação em torno do futebol “tradicional” e das suas variantes como “o futebol de praia e o futsal”, proporcionou um crescimento e interesse pela modalidade. “Mostrámos que o futuro pode ser brilhante, mas temos de estar a frente dos outros países. A tecnologia, o conhecimento e o trabalho vai manter-nos na linha da frente para o sucesso”, conclui.
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